Masculino Feminino - Meu direito de resposta
Sou a figura de 31 anos, cabelos e olhos claros. E também judeu, mas não espere referências à Torá ou o Talmud nestas linhas, por que vou te decepcionar. Também não espera um bom texto, por que competir com a Déia não é uma boa idéia e não quero te desapontar em dose dupla.
Acima destas mini descrições acima, sou homem. Daqueles que não acham o blog da Déia, bonitinho e, sim, bem escrito e argumentado. Também não me imagine fazendo cara de mau e com a mão levemente acima da virilha. Se você é mulher, eu devo parecer a Bridget Jones versão homem, meio desengonçado, natural, simples e provavelmente parecido com pessoas que sentam na baia do seu lado no trabalho. Talvez, e apenas talvez, um pouquinho mais profundo e questionador. Sou comum, consigo me divertir assistindo algo bem feminino e supérfluo como “Sex and the city” e também curto o UFC e muito mais que futebol, venero o Corinthians.
Vamos lá. O amor incondicional não existe. Já que alguém algum dia disse que você precisa prender o leitor no começo, pareceu uma boa idéia soltar uma falsa bomba.
Se este amor a qualquer custo existisse, vocês jamais estariam juntos porque você não foi correspondida. Ele nunca te devolveu nada, nadica. Nem minha cadela tem amor incondicional, se eu parar de alimentá-la ou incomodá-la em excesso, vou perceber mudanças no seu temperamento. Nunca fui pai para saber se nesse caso é verdade, talvez seja a exceção que valide a regra.
Um relacionamento é uma troca. Não me imagine um canalha mercantilista. É verdade. Como troca não entenda algo financeiro ou necessário pra sua subsistência. Sou racional por fora, mas por dentro sou emotivo até demais. Se me achar muito cruel, dê um desconto: sou cria da geração Y e seu bombardeio de novidades e informação.
Até não muito tempo atrás, a troca era bem definida. Trabalhando fora ou não, a esposa padrão era a comandante da difícil missão de gerenciar uma casa, filhos e tudo que fosse necessário para o seu marido trabalhar com tranquilidade. Além, é claro, da sua própria vida e o emprego, caso ele existisse.O homem deveria garantir que a mulher tivesse suporte financeiro e emocional pra desempenhar a sua função.
Não quero este tempo quadradinho, tão preto no branco, de volta. Apenas acho que de novo tem que ser nítido, que existe uma troca. Com obrigações e contrapartidas. Claro que não espero mais um contrato formal, além do já firmado no cartório.
Mulheres sejam mulheres. Tenham o seu trabalho, mas não percam o que nos fascina, aquele jeitinho único de levar a vida e solucionar problemas, a capacidade de falar não e regular os filhos, o cuidado de estar bonita mesmo depois de um dia desgastante (principalmente porque isso faz bem pra você mesma!), a “falsa fragilidade” que nos conquista, a necessidade de receber colo. Não transmita uma imagem parecida com a do chefe ou do cliente problemático que já deu muita dor de cabeça pro seu marido durante todo o dia.
Discuta menos os relatórios de diretoria, processos civis, a economia da Lapônia ou o ajuste estrutural da sua nova obra faraônica em Dubai. Seja doce. Tenha como exemplo, mulheres fantásticas não a versão feminista do Charlie Sheen.
Se divirta, mas não seja vulgar como nós, homens. Não nos faça nos sentir em uma relação quase homossexual, onde parece que estamos namorando com um “camarada”. Nos apóie e também faça o papel de nos trazer de volta pro planeta Terra. Seja você mesma, não um reflexo de uma imagem corporativa que esperam de você.
Não quero uma esposa trófeu. Nem uma Amélia, uma esposa que vive unicamente pro lar. Quero tudo, porque sei que vocês podem ser tratadas com um alto grau de cobrança. Vocês dão conta e sempre exigiram isso.
Quero poder levar um pé na bunda da minha esposa, porque ela tem vida própria e a relação já não é legal pra ela. Comodismo e a simples rotina, já não precisam prender ninguém.
Se você ainda não casou, avalie se é isso mesmo que você quer e se a sua troca vai ser justa. Não faça da separação, uma banalidade, por que a não ser que o seu exemplo seja o Fábio Júnior, com certeza não é.
Seja multisdiciplinar, vocês são melhores do que nós para multitarefas. Seja muito boa profissional, mas principalmente uma excelente esposa e a melhor mãe do mundo.
PS: Sabia que iria abusar da oportunidade de, ao contrário do dia a dia no trabalho, escrever em uma área sem espaço pré-determinado e sem “policies” chatos. E o melhor, sem forçá-la (o) a concordar comigo.
R.
Rafa, decidi publicar na íntegra seu direito de resposta, acompanhado do vídeo do primeiro sutiã...nada mais feminino!
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