segunda-feira, 25 de abril de 2011

A VIDA É MUITO PARA SER INSIGNIFICANTE

O DIÁRIO DA CURA 2 - A VIDA É MUITO PARA SER INSIGNIFICANTE
Hoje vivi um dia memorável. Não ganhei na loteria, nem fui promovida. Foi melhor que isso.  Senti-me recompensada...pelo universo, por mim mesma...
Foi um dia especial, de felicidade plena mesmo. Redescobri minha esperança, o sopro de luz no meu caminho de cura.
Hoje, como numa conjunção astral, as lições que venho aprendendo começaram a fazer sentido.
Sempre acreditei que a dor e o sofrimento têm uma função extraordinária na evolução de cada um e que a gente não costuma entender isso no momento em que está passando por eles...pelo contrário. A gente pede ajuda para conseguir gostar da vida, enquanto que é a própria vida a resposta para reverter essa angústia. Uma angústia que nasce da ansiedade de virar o jogo. Mas apenas quando o jogador está preparado que leva a medalha, isso costuma levar um tempinho de treino. O sofrimento ou a dor, ou a dificuldade, surgem como uma escadinha nesse caminho.
 Todos os momentos da vida existem para serem vividos intensamente, como um grande vestibular estamos aqui para aprender , superar as expectativas e vencer. Vencer também mudou de significado ao longo dos anos para mim e hoje assume o sentido de simplesmente conseguir ser digno e inteligente para crescer como indivíduo.
Hoje me dei conta de como tenho lutado durante todos esses anos. Me dei conta de como tenho sido alegre e perseverante, sido forte, mas não arrogante. Valente e doce. Pela primeira vez acreditei de coração que eu merecia a esperança de volta e ouvi de um novo médico um diagnóstico mais assertivo e consciente, que encheu nossas vidas de fé no futuro. A ciência deixo pra ele, quero mesmo me engasgar de fé e amor.
Fui corajosa, revirei a vida pelo avesso, tive humildade, recomecei, fiz mais de 30 exames...não tem sido exatamente simples, mas não posso reclamar de nada, a vida foi muito generosa comigo.
O apoio que recebo de amigos, colegas de trabalho, família e, especialmente do Rodrigo, já é uma prova de que a gente não está sozinho nesse mundo.
Sabe, nesse domingo de Páscoa pensei sobre o valor das pessoas.  Voltando da casa dos meus sogros, que amo de coração, recebi um telefonema: minha irmã convidando para ver meus sobrinhos e pais. Encontrei-os, foram todos para minha casa. Daí ligamos para meu outro irmão, meu apartamento se encheu de amor, de superação, de uma relação, um laço, que não está conectado por acaso. E a família está crescendo, rejuvenescendo.
Me lembrei que a vida é tão extraordinária que nem me recordei que hoje, o dia seguinte, poderia ser muito importante para mim, pois ouviria do médico, após anos de luta, o que seria o meu passo futuro.
Quem tem epilepsia define até onde pode seu futuro, suas limitações e tal. Outro player fundamental é o médico. Quando ele não está comprometido nem com a própria missão, nem com você, há um impasse que invariavelmente arrebenta para o lado mais fraco: o paciente.
Estive nessa posição muito tempo, como se eu não tivesse o controle do meu destino. De fato o controle não é de todo meu... nem do médico, é maior que isso. Mas cabe a mim o bom senso de perceber o quão posso estar sendo prejudicada por um ‘erro de cálculo’, para dizer o mínimo. Esse ‘deslize médico’ tem me custado caro. Além das perdas evidentes como prejuízo na saúde, no bem estar, nas finanças, me custou o meu bem mais precioso: minha fé no futuro, um assunto que ficou em suspenso.
Hoje, graças a muitas pessoas e, principalmente, graças às minhas próprias atitudes, tenho essa pérola de volta em minha vida, a esperança.
Voltando ao domingo de Páscoa, são momentos assim, ao lado daqueles que amamos, que fazem a gente se dar conta porque vale a pena brigar para estar bem: crianças brincando, sorrisos e amor sincero. Nada disso combina com a falta de fé ou de esperança. Nem com a falta de atitude. 
E todo mundo tem problemas...e daí? Para coroar meu dia lindo, ouvi numa palestra edificante um texto de Charles Chaplin que resume essa brincadeira. Aproveitem a leitura e acreditem: Tudo Vale a Pena.
“Já perdoei erros quase imperdoáveis, tentei substituir pessoas insubstituíveis e esquecer pessoas inesquecíveis”.
Já fiz coisas por impulso,
Já me decepcionei com pessoas quando nunca pensei me decepcionar, mas também decepcionei alguém.

Já abracei pra proteger,
Já dei risada quando não podia,
Já fiz amigos eternos,
Já amei e fui amado, mas também já fui rejeitado,
Já fui amado e não soube amar.

Já gritei e pulei de tanta felicidade,
Já vivi de amor e fiz juras eternas, mas "quebrei a cara" muitas vezes!
Já chorei ouvindo música e vendo fotos,
Já liguei só pra escutar uma voz,
Já me apaixonei por um sorriso,

Já pensei que fosse morrer de tanta saudade e... ...tive medo de perder alguém especial
(e acabei perdendo)! Mas sobrevivi!

E ainda vivo!
Não passo pela vida...
e você também não deveria passar. Viva!!!

Bom mesmo é ir a luta com determinação,
Abraçar a vida e viver com paixão,
Perder com classe e vencer com ousadia,
Porque o mundo pertence a quem se atreve
E
A VIDA É MUITO
para ser insignificante"

4 comentários:

  1. Agradeço a emoção que seu texto me inspirou. Desejo-lhe que cada dia seja igualmente memorável. Parabéns!

    ResponderExcluir
  2. Adriana, muito obrigada. Desejo o mesmo para você.

    ResponderExcluir
  3. Deia... luz, energia e pensamentos positivos. Sorrisos e a felicidade no rosto de quem um dia esqueceu o significado da palavra esperança é o tratamento mais eficaz .
    Essa é a minha parte na ciência... reativar esperanças.
    beijocas

    ResponderExcluir
  4. Obrigada Ana. Raramente eu perco. Mas dessa vez só percebi que tinha desistido dela, quando ela abriu as portas e entrou de volta!

    ResponderExcluir