DIZEM QUE OS PRÍNCIPES NÃO EXISTEM!

 Escrevi esse texto para o Rodrigo em 2009. Fala de amor, de realidade e de sonho. Gostaria de compartilhar com vocês.

Dizem que os príncipes não existem, mas está você aqui, contrariando o falso mito.

Príncipes existem. Torcem para um time que não conhecem direito. São divertidos e às vezes tocam violão. Príncipes são eternos namorados, dão flores, fazem surpresas. Príncipes têm os pés firmes no chão e fazem isso para poder realizar seus sonhos. Geralmente são determinados, sensíveis, românticos. Príncipes sabem o que querem, são como artistas, não caminham: flutuam. Príncipes sabem quando é necessário disfarçar-se de sapos, para saltar mais longe. E raro escolhem princesas para casar, ainda bem. São heróis, que protegem a mulher amada. Acho que por nunca desacreditar que existem príncipes, um chegou em minha vida, a bordo de um “corsa azul”. O carro morria, não porque era velho, mas a carteira era nova. Mas um príncipe que se preze “nunca põe a culpa no cavalo branco”, então ele confessou que não sabia dirigir direito mesmo. Era setembro de 2000.

Hoje, é 12 de junho de 2009, meu oitavo dia dos Namorados em 9 anos de sincero amor.

Também, que amor não é sincero, não é? Não seria amor. Ainda mais amor de príncipe. Estou  bem longe de me apossar do título de princesa e tenho que admitir que o pouco que sei escrever se esvai quando o assunto é você, é nós dois.

Primeiro porque, diferente de um roteiro, uma ficção ou de um texto comum, você não tem fim, não é previsível e nem é comum.

Segundo porque a voz que fala sobre você vem da alma, do coração, sem compasso, sem palavras.

E como narrar um amor “sem palavras”? Melhor os fatos. Fatos exigem Porquês. E “Sei lá porque” ainda assim é difícil não recorrer ao lúdico.

Não que tenha sido um conto de fadas. Mas é quase isso, por isso, inacreditável. Tal como a Bela Adormecida, em 9 anos adormeci cerca de 96 vezes em seus braços. Que loucura né Rodrigo? Mas você repetiu o conto 96 vezes. E eu me senti protegida 96 vezes. E 96 vezes levantei mais forte do que antes.

Assim como nos contos de fadas, amamos nosso trabalho. Na verdade, nos contos de fadas as pessoas não trabalham. Nossa é um tédio viver só de sonho... Tudo bem, a gente trabalha e faz disso uma história de “Era Uma Vez”. Era uma Vez: era uma vez Cannes 2006, Era uma Vez Cannes 2009, Era uma Vez um livro em duas edições... Era uma vez uma dezena de programas de TV...contos fantásticos, de uma dupla de criação que dá certo na vida e na arte. E que tem verdadeira paixão por realizar.

Se desse para comparar nossa vida a de uma história em 3D, a gente parece “Os Incríveis”: família atrapalhada, engraçada, apaixonada. 

Assim como eles, em nossa vida lutamos bastante, não necessariamente com inimigos. A luta faz parte da vida, mas a gente se desdobra bastante, nada veio fácil, por isso que é gostoso.

Mas que eu sou uma mocinha quase sempre em perigo, ah isso eu sou. Não tem nada mais mala do que ter uma mocinha para salvar, como o Homem Aranha tem aquela mala, o Super Man... Sou a princesa Fiona, mas que está sempre em perigo, mala mesmo. E você tá longe de ser um Ogro. Você é lindo, mas com a simplicidade e o carisma do Sherek. E em 3D, faz favor.

Contos de fadas com ação, perigo, romance, tem grandes viagens, piratas que navegam pelos mares...mocinhas perdidas pelas Dunas, casais de heróis e heroínas sozinhos nas praias...Naves que voam sobre os planetas....viagens, viagens, viagens....de malas prontas, viajamos juntos por aí. Sonhos para nós dois.

Ninguém fala em dinheiro nos contos de fadas. Preferem não comentar. Vivem de amor, de sonhos, de duelos memoráveis. Já ouviu alguma história com o Príncipe Encantado duro? Bem, na minha história também não fiz questão de olhar para o dinheiro. Prefiro não comentar, essas são as partes tragi-cômicas das histórias. Pra que dinheiro? Nem tente responder.

Agora a casinha veio. Veeeeeiiiiioooooo. E o cavalo azul melhorou de marca e de ano, também.

E sobre Deus? Ninguém fala em Deus nos contos de fada. No mundo fantástico não tem céu ou inferno. Mas tem paz. E a nossa paz a gente encontra e perde todos os dias. Talvez porque essa busca é muito mais complexa do que poderíamos tentar contar numa simples história.

E quisemos expressar nosso agradecimento a Deus. A felicidade é uma bênção que se reconquista sempre. Eu queria dizer para Deus que te amo e que estava demais agradecida por ele ter me dado você. Em 2007 casamos, na igreja em que você cresceu. As flores que escolhi para o bouquet eram lírios, iguais aos que ganho de você sempre. Na festa flores que encontramos no caminho de Santa Catarina, hortênsias. Noivinhos que simbolizavam nossas raízes: eu nordestina e você gaúcho. Ao nosso lado amigos do peito e a família amada. Temos isso em comum: uma família amada. Também precisava agradecer a Deus por isso. E entrei na igreja acompanhada de meu pai, na época com 73 anos! Indescritível emoção. A lembrança que ficou mais forte foi você chorando no altar, emocionado, apaixonado, lindo!!

E esse foi nosso segundo casamento. Segundo, porque casamos em 2002, casamos no civil, não menos lindo ou importante. Foram os dias mais felizes de minha vida, a oportunidade de casar duas vezes com o mesmo marido.

Já ouviu dizer que os príncipes são “Cri Cri?” Você é. E isso é um charme. Mas apesar de não revelarem esse lado nos livros, os príncipes todos devem ser como você: vaidosos, perfeccionistas, querem saber de tudo, assim “bem cri cri”. É só olhar para aquele cabelo arrumadinho dos príncipes. Igualzinho ao seu, que você bagunça pra arrumar.

Entre um casório e outro ficamos “anos” apertando o sabonete. Uma expressão que não se assume em contos de fadas, mas ficará na nossa história, Rodrigo. Essa é a maneira singela de dizer: Ficamos Duríssimos. Entre 2002 e 2004 pagávamos aluguel e prestação da casa. E em dois anos, não sei nem como, pagamos tudo.

Sem contar que você estava na faculdade e que nossa casa sempre estava lotada “o lugar preferido do grupo”, lembra? Eu gostava. De todo coração, eu gostava.

Você fazia tudo isso e ainda tinha força pra “freelar”. E força para ser feliz. E força para fazer qualquer um a seu redor feliz, também. E dá-lhe despesas com montagem da casa, sua faculdade, minha pós e saúde.

Sempre minha saúde lá, Digo. Não sabia se chorava quando acordava ou se me sentia como a Cinderela, com você.

Como com os príncipes, não existem problemas que você não supere com alegria. Como com os contos de fadas, não existem limites para sua bondade, generosidade, doçura. Como com nas histórias, nossa vida é feliz e sem prazo para terminar, fica um “pra sempre” no ar.

As histórias são repletas de dores, também. Se te fiz sofrer algum dia, me perdoe. Não sou bem uma princesa de contos de fadas. E gostaria de não ter de te fazer passar por tanto sofrimento. Peço a Deus para que isso fique controlado, e quando o merecimento chegar esse dia chegará, também.

Apesar de não ter nenhum poder para antecipar nossa história, gostaria de revelar um desejo: seja como for, como Deus quiser, meu desejo de em breve povoar minha casa de pequenos príncipes ou princesas é verdadeiro. E eles já têm possíveis nomes: Isabella, Vitória ou João Pedro. Dessa vez não penso em adiar esse sonho, não falo para cumprir protocolos sociais ou essas besteiras todas. Eu amo você, será meu eterno namorado, um orgulho pra mim ser mãe de seus filhos assim que Deus permitir – mas como não sou princesa, e às vezes sou metódica, me permita admitir que pretendo cumprir esse projeto no segundo semestre de 2011!

Porque a gente é assim, meio comédia, meio conto de fadas? Sei lá, talvez porque somos namorados do mundo real, vivendo uma história de amor.

Que todo dia seja dia dos namorados, que sua vida seja uma eterna surpresa, mas que meu amor por você não seja  novidade.

Obrigada por ser meu príncipe e por me fazer sentir como uma rainha.